14/01/2016

“Estamos pondo em prática um novo paradigma na indústria do gás”

A Galileo Technologies impulsiona a terceira geração de tecnologias de produção e transporte de gás natural: GNL e compressão distribuída.

Compressão distribuída: colocação em funcionamento de Compressores Galileo Process® para boca de poço em um poço maduro operado pela YPF em Loma La Lata, Argentina.

Compressão distribuída: colocação em funcionamento de Compressores Galileo Process® para boca de poço em um poço maduro operado pela YPF em Loma La Lata, Argentina.

Acompanhando as necessidades de eficiência cada vez maiores na indústria, a Galileo Technologies destaca sua vocação inovadora introduzindo um novo conceito e uma metodologia nova para a produção de gás na Argentina. “Nessa época, na qual o gás não convencional tem adquirido muita notoriedade, não podemos negar as particularidades e as características únicas desse recurso; portanto, sua produção deve ser, justamente, através de métodos não convencionais”, explica Osvaldo del Campo, CEO do Grupo Galileo, em diálogo com Revista Petroquímica.

Nesse sentido, comenta, a companhia desenvolveu duas tecnologias revolucionárias: uma, para jazidas de gás conectadas aos dutos e, outra, para jazidas em áreas remotas. “No primeiro caso, temos promovido as vantagens da compressão distribuída há um tempo. Deve-se levar em consideração que há 15 ou 20 anos, o layout de uma jazida normal significava conectar os poços através de uma flow line, uma rede vinculada com grandes estações de compressão que iam aumentando sua potência e volume à medida que a jazida se esgotava e esvaziava. Nós introduzimos no país o conceito de compressão na cabeça do poço, que permite repartir essa potência de compressão que antes estava concentrada nas grandes estações de gathering”, especifica.

Osvaldo del Campo, CEO da Galileo Technologies

Osvaldo del Campo, CEO do grupo Galileo

Assim, comenta, quando a jazida decaía, a potência agregada ia diretamente para as cabeças dos poços. “Hoje, esse procedimento se tornou um padrão, e todas as petroleiras do país, tanto as grandes quanto as de menor envergadura, estão se orientando para dito esquema, que demonstrou ser sumamente confiável e eficiente. Porém, como costumamos fazer, decidimos melhorar esse método”, afirma.

Em que consiste essa inovação na qual estão trabalhando? foi nossa pergunta para Del Campo.

Trata-se de um esquema orientado a realizar a totalidade do processo de compressão diretamente no poço, eliminando a estação intermediária de gathering. Isso permite reduzir os diâmetros e, portanto, os custos da infraestrutura.

Praticamente é possível diminuir o orçamento de despesas de capital (CAPEX) e despesas operacionais (OPEX) das jazidas para a metade, além de manter a mesma configuração durante toda sua vida útil. Pode ser adicionado todo tipo de potência na cabeça do poço sem modificar diâmetros, equipamentos, separadores, etc.

Convém sublinhar que essa diminuição de custos, que permanece no tempo, é fundamental no período inicial de produção. Isso é o que temos verificado em várias jazidas convencionais, e temos certeza absoluta de que essa nova metodologia tem muito para contribuir no desenvolvimento de gás não convencional.

Porém, com essa tecnologia é possível aumentar drasticamente a produção. De fato, em alguns poços, ao acrescentar compressão nas cabeças, conseguimos aumentos produtivos dentre 50% e 300%.

Definitivamente, trata-se de um modo de operação não convencional para jazidas novas ou existentes que estão conectadas a dutos.

Qual é a alternativa que a sua empresa oferece para os poços desconectados?

Como é sabido, nem sempre é possível conectar um poço. Às vezes, com a perfuração é encontrado um volume de gás que não justifica a extensão de dutos e o poço fica desconectado. É calculado que dos 57000 poços perfurados no território nacional, apenas 2000 estão conectados ao sistema de gás. Embora nem todos os poços desconectados sejam produtivos, muitos deles sim.

Através de nossa tecnologia de Gasoduto Virtual, que introduzimos há muitos anos na Argentina para conectar os usuários com os dutos, estamos colocando em produção esses poços desconectados. Os conectamos aos dutos ou aos usuários finais, sem passar pelo sistema.

Ao mesmo tempo, somos os únicos no mundo em desenvolver tecnologias de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala para liquidificar o gás diretamente na cabeça do poço e levá-lo para o usuário através do Gasoduto Virtual, sem intermediários. Assim, os produtores têm a possibilidade de monetizar seu gás de maneira simples e efetiva.

Em outras palavras, estamos pondo em prática um novo paradigma na indústria do gás: o gás natural 3-G (conceito que faz referência à terceira geração de inovações tecnológicas no setor).

Em que etapa de instrumentação se encontra dita iniciativa?

Acabamos de dar os primeiros passos para aplicar nossa tecnologia de GNL em jazidas localizadas em Neuquén. E em Comodoro Rivadavia já está operando um Gasoduto Virtual de produção que emprega gás natural comprimido (GNC). Tem três empresas petroleiras que utilizam essas alternativas de transporte de gás.

Por outro lado, já estão em funcionamento as primeiras unidades de GNL no país, que produzem o GNL que o ferryboat Papa Francisco da Buquebus consume como combustível.

A faixa de Gasodutos Virtuais que originalmente funcionavam a GNC estende suas fronteiras de um modo praticamente ilimitado graças ao GNL.

A nosso ver, para a Argentina conseguir valorizar os imensos recursos de Vaca Muerta, é necessário inventar algo novo. Conseguir aumentar a participação do gás na matriz energética de 50% para 70% não será fácil. Para isso, será fundamental executar um novo modelo de negócios.

Por isso, temos certeza absoluta de que mudaremos o paradigma da indústria mais uma vez, como já fizemos no final da década de ’80, em pleno auge de desenvolvimento de Loma La Lata, quando inventamos o negócio do GNC na Argentina (mercado que, atualmente, requer uma expansão para o transporte público e de cargas). Assim como o gás é argentino, também deve ser argentina a tecnologia para seu aproveitamento.

Quais suas expectativas para 2016?

Para o ano que vem esperamos que a indústria continue crescendo. Em vista dos preços atuais do petróleo, existe um consenso generalizado de que devemos nos focar no gás, preferentemente, e isso é muito empolgante para nós.

Também estimamos um aumento na demanda industrial, e estamos prontos para acompanhar essa tendência. Como empresa, temos experimentado um crescimento constante nos últimos 25 anos, e confiamos que seguiremos transitando esse caminho.

Fonte: Revista Petroquímica, edição de dezembro de 2015

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